quinta-feira, 22 de março de 2012

Relatório da visita à Capital Europeia Da Cultura, Guimarães


Relatório da visita à Capital Europeia Da Cultura, Guimarães


Introdução
        
   Estava programada, como destino desta nossa visita de estudo, uma viagem ao Porto histórico. Mas surgiu a ideia de ir a uma das capitais europeias da cultura e que se situava bem perto de nós, Guimarães.
   Guimarães, cidade onde, tal como se pode ler na praça principal, “AQUI NASCEU PORTUGAL”, é o berço da nossa pátria. Em 1143, por meio de D.Afonso Henriques, o que antes era o Condado Portucalense, tornou-se em Guimarães, Portugal. De início, numa perspetiva pessoal, preferia ir ao Porto, mas depois de chegar ao “berço”, tudo mudou.
   Sendo Guimarães uma das capitais europeias da cultura, devia e deve ser visitada por todos os portugueses. Além disso, penso que deve ser ponto obrigatório de paragem para os turistas que vêm conhecer o nosso pequenino, mas tão grande e rico país.
 
Relatório

   Era uma manhã chuvosa, o tempo estava contra a comitiva do EFA que estava prestes a partir. Após alguns minutos de espera, lá nos fizemos à estrada. A chuva caía sempre, fazendo o sono aparecer e a perceção de um dia catastrófico. Mesmo assim, o bom ambiente e a boa disposição imperavam no autocarro. Uma piada daqui e a risota de acolá, a chuva passava despercebida.
   Chegados a Guimarães, a chuva tinha ficado para trás. A primeira paragem foi no castelo da cidade. Construção simples e básica, do tempo medieval, mas um dos muitos ex-libris da cidade. Uns corajosos entranharam-se pelas escadas minúsculas e íngremes até ao cimo da torre de menagem. Uma vista soberba e um céu cinzento era a imagem que os nossos olhos transmitiam ao cérebro. Entretanto o Prof. José Guimarães juntara-se a nós, já que estava de fim de semana na cidade de Braga.
        

   Mais abaixo, um pequeno templo medieval cristão era o próximo ponto de visita. Pensa-se que D.Afonso Henriques terá sido batizado nesse mesmo templo. Trocando passos dentro do pequeno templo, pensava como era possível que o templo, em que apenas havia pedra e dois santos muitos antigos, faziam do templo tão encantador? Penso que a resposta a essa pergunta está em fazermos parte desse templo, pois derivamos dessas pessoas. É a nossa cultura, o nosso DNA.
   Depois do pequeno templo, seguia-se a visita que muitos ansiavam e até diziam que iria ser a sua próxima casa. O Paço dos Duques, ou Paço Ducal, que, com as suas chaminés imponentes, erguia-se, fazendo da paisagem uma obra artística fantástica. Data a sua construção de cerca do ano de 1420. O seu interior, com o emaranhado de salinhas, salas e salões era estonteante, mas a beleza era soberba, fazendo-nos sair do estilo medieval para o estilo borgonhês. Tapeçarias e jarras imponentes, artisticamente perfeitas, faziam dos salões grandes obras de arte, bem como alguns tetos de alguns salões, que, como muitos disseram, parecia o fundo de um barco. Um aspeto interessante era o frio que se sentia lá dentro e onde reparámos que em cada compartimento, à exceção de dois ou três, tinham lareiras enormes para aquecimento das salas, pois a pedra no inverno é madrasta.
   Um edifício  que não conhecia, mas com o qual fiquei maravilhado devido à sua grandiosidade e à sua beleza fora do normal. Para mim, um local totalmente desconhecido.

   A manhã ia avançando e a chuva lá ia. O sol, num combate feroz com a chuva, tentava ganhar, fazendo brilhar alguns raios por alguns minutos. Só pela manhã, o dia estava ganho.
   De repente, uma espécie de bar-restaurante fez fogo na vista de alguns dos mais boémios. O Art&Gula foi palco de uma bebida para matar a sede e serviu de coragem para mais uns largos metros de caminhada. A alegria e a boa-disposição estavam instalados e a cidade de Guimarães estava à nossa vista. Desde os montes da freguesia de Oliveira do Castelo, onde o Paço Ducal e o Castelo se situavam, a cidade de Guimarães com as suas pracetas e esplanadas tornara-se numa agradável e cosmopolita cidade.
   A necessidade do almoço começava a fazer-se sentir e a dúvida era onde ir almoçar. Pois bem, o grupo com quem fui (Vítor, Paulo, Ana, Filipe Nunes e Filipe Ferreira) decidiu ir ao mesmo sítio onde tínhamos parado antes. O Art&Gula revelou-se uma autêntica surpresa. Um ambiente acolhedor e requintado onde outrora tinha sido uma cavalaria. O almoço estava servido e os olhos de cada um só apreciavam o seu prato e só pensavam em duas coisas: apreciar o almoço e em que zona de números se situava a conta.
   Pois bem, depois de todos estarmos satisfeitos, a conta chegara e para nossa surpresa foi extremamente boa de acordo com as nossas expetativas. Estava na altura de um café e, quem sabe, um digestivo. A próxima paragem seria um café em que, como turistas, falámos abertamente com o barman dizendo de onde éramos e o que estávamos ali a fazer, bem como tecemos um elogio para com o seu bar e para com a sua cidade.
   Para nossa surpresa, o café era muito barato (0.50€) e, para quem tomou digestivo, ser mais bem servido era impossível. A conversa rolou e as bolas no bilhar também. Os momentos lúdicos não podiam ser melhores, fazendo ponte à criação de laços afetivos à qual me juntei.
   Eram 15h e a hora ia chegando. A viagem começou novamente pelas ruas estreitas e antigas mas emanando um ar de hospitalidade. Às 15h30 estávamos juntos com o outro grupo e assim todos fomos para o museu Martins Sarmento. Exposição fotográfica que, à primeira vista, parecia inútil, mas depois de saber quem tinha sido Martins Sarmento, tudo mudou. Arqueólogo e Fotógrafo, foi ele quem recuperou o castro romano da Citânia de Briteiros.
   Tivémos uma breve palestra do Formador José Rosa, que nos explicava quem tinha sido Martins Sarmento.

   Saídos do Museu Martins Sarmento, fomos ao Palácio de Vila-Flor ver a exposição “Paisagens Transgénicas”, em que podemos observar vários fotógrafos como, Katalin Deér, Filip Dujardin, JH Enström e Guido Guidi. Algumas obras, um tanto ou quanto estranhas, mas outras de alguma dificuldade de compreensão.
 
   Depois de visitado o Palácio de Vila-Flor, era altura de nos fazermos à estrada, mas antes uma caminhada obrigatório pelo jardim do Palácio. Jardim simples, mas significativamente bonito e fresco. Paragem para alguns casalinhos aproveitarem o Sábado.
   Para nós, um pouco de lazer e ar fresco, e claro, o convívio.
   A auto-estrada estava à nossa espera e cerca de 60 km tínhamos de percorrer.
  De repente, o autocarro aparece e o ar de cansaço também. Quase todos aproveitam para fechar os olhos enquanto outros ainda fazem um pouco de festa esgotando as suas últimas reservas de folia.
   Uma visita de estudo que posso dizer que foi a melhor de sempre. A ponte entre o convívio e o interesse pelos demais sítios visitados foi alcançável por todos, pelo menos na minha perspetiva.


Conclusão

   A viagem foi excelente, as companhias também, bem como a organização. Os meus agradecimentos aos formadores encarregues do sucesso desta visita a uma das cidades que mais sentido faz a nível cultural do país.
   Guimarães, faz parte de cada português e, em tempos de crise e de alguma desunião social, Guimarães faz com que o sentido de amor à pátria e o de união social seja relembrado, fazendo com que o sofrimento daqueles que lutaram pela conquista do território aos árabes nos entranhasse na pele.
   A cidade histórica, cosmopolita e rica em espaços comerciais e verdes, faz com que Guimarães seja a cidade certa para ser uma das capitais europeias da cultura. 
  Uma descoberta, para mim, que me surpreendeu e a qual nunca mais esquecerei devido ao avanço que proporcionou à minha cultura geral pessoal, bem como aos laços que criei.

Diogo Rosa
 

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