terça-feira, 6 de março de 2012

A hipoteca da minha geração

Eu, como tantos outros jovens, camaradas de luta, lutamos por uma vida melhor.
Neste momento, olhamos um futuro totalmente hipotecado. A nossa vida está limitada e aperreada num enlace de uma má, péssima, gestão dos nossos antecessores. Não dos nossos pais que sempre trabalharam para colocar o pão de cada dia na boca da sua família, mas sim de um “ajuntamento” de políticos que não tem honra nem escrúpulos, que são a escória da nossa sociedade.
Eu, tal como meus amigos e companheiros de vida, colegas de trabalho, de escola, que compartilhamos uma geração de interesses e ambições, não temos mais ambição! Não temos mais interesse num país que já não nos ajuda, que já não nos respeita.
Somos olhados pelos mais velhos como salvadores de um país em ruína mas somos, ao mesmo tempo, um empecilho para o nosso governo que não tem mais espaço para nós, não tem mais espaço para os jovens: nós, o futuro do nosso país.
Vivemos momentos difíceis, de uma crise financeira e social tremenda, em que um jovem já não tem mais valor. Recebemos incentivos dos nossos generais, os nossos governantes, para emigrar, sair da nossa pátria, abandonar o barco, para que ganhemos a nossa vida, o nosso dinheiro, fora. Tudo isto, com o objetivo de que, mais tarde, regressemos com o pão que ganhámos, com o dinheiro que adquirimos, para dar de comer a uma corja de políticos corruptos e insanos que governam o nosso país.

Texto redigido pelo formando Filipe Ferreira_Efa Escolar

14 comentários:

José Rosa disse...

Gosto! Filipe, estás de parabéns pelo texto ...

Vitor Hugo disse...

Um título que se insere perfeitamente nos tempos que estamos a viver, “A hipoteca da minha geração”.
Acredito que muitos jovens, e não só, se revêem nestas palavras e neste texto. As dificuldades acumulam-se, o desemprego aumenta e a esperança diminui. Com o futuro do país incerto, são os próprios governantes que aconselham as pessoas a emigrar. Quando assim é, penso que está tudo dito quanto ao estado do país.
Vítor Silva

António Tavares disse...

Desde já os parabéns por este texto. Com ele, demonstras a realidade dos problemas dos jovens dos dias de hoje na nossa sociedade e os problemas que têm que enfrentar para o futuro. Só seria interessante arranjar soluções para os problemas.
António Tavares

JG disse...

Caro Filipe:

Muitos parabéns pelo seu texto. É atual, pertinente e crítico. Duro, por vezes, mas... como não ser duro face à realidade que se nos apresenta nestes dias cinzentos?

Cordialmente,

José Guimarães

Pedro Silva disse...

Portugal é grande mas quando os velhos dos restelo se afundarem, muitos de nós só conseguirão vingar no estrangeiro, pois por lá fora têm mérito e não são “roubados” por impostos absurdos. Grandes investigadores são portugueses. Grandes invenções são portuguesas, mas nós nem notamos isso, até um dia batermos com a cabeça na parede e começarmos a comprar o que é nosso, em vez de andarmos a alimentar a economia estrangeira.

Diogo Rosa disse...

O texto está muito bem estruturado, refletindo sobre a nossa sociedade, governada por políticos inconscientes.
Destaco a parte do texto em que é referida a alusão ao incentivo para emigrar como pretensa saída para o grande problema que os jovens enfrentam, atualmente, no final do seu percurso escolar: o desemprego num país que caminha para a ruína.
Por último, considero que o texto e o tema são os mais apropriados ao tempo em que se vive, principalmente quando a revolta começa a surgir, principalmente entre os jovens (nos quais me incluo), que começam a ver desvalorizado o seu suor.
Parabéns Filipe!

Fernando Silva disse...

Eu, como já passei pela geração de ser jovem, hoje é o dia em que tento compreendê-los, pois, cada dia que passa, vai tornando-se mais difícil para estas gerações vindouras. Com tantas promessas e incentivos que oferecem aos jovens, tudo acaba em saco roto. Estudam até tarde, para se formarem e tornarem-se doutores das filas dos centros de emprego.
Fernando Silva

Cristina Soares disse...

Este tema aborda de forma pertinente a sociedade em que vivemos, pois sendo os jovens o caminho para a evolução da sociedade, seguimos uma, que são, de igual modo, o grande meio para que os sonhos comuns se concretizem. No entanto, pergunto: onde está a estabilidade? Onde está o que nos foi prometido? Tudo o que nos foi dito que, com o nosso esforço, poderíamos alcançar?
No presente, não está a acontecer. Quanto ao nosso futuro, este já foi marcado por aqueles que nos governam. Na incerteza dos nossos passos vamos, isso de certeza, ter um longo caminho a percorrer.
Os sonhos ficarão pelo caminho na certeza de que houve alguém que os cortou e que nos impossibilitou de nos realizarmos através das nossas ideias e não das dos outros.

Cristina Soares

Joana Godinho disse...

Concordo contigo Filipe.

Antes de mais parabéns pelo teu texto. Está muito bom!

Hoje em dia, a nossa geração é a que mais entrega as suas casas e bens porque, infelizmente, não tem posses para pagá-las. A natalidade tem vindo a diminuir, porque os jovens têm receio de serem pais, pois não poderão dar uma vida digna aos seus filhos, como os nossos pais nos deram. Hoje em dia vê-se muita gente a emigrar, a deixar a família cá, para ir atrás duma vida melhor. Será que quando voltarem, Portugal estará melhor?

Filipe Nunes disse...

Atualmente cada vez mais, nós, os jovens, lutamos para construir uma vida boa, com qualificações e, acima de tudo, vontade de melhorar o nosso país. Mas, todos sabemos, tal como está escrito no texto, que cada vez é mais difícil conseguirmos endireitar este país que se encontra sem vontade de ajudar os jovens. Não há emprego, nem existem possibilidades de estudar pois, neste momento, todas as ajudas são retiradas mesmo a quem as queira aproveitar para um futuro melhor. Como temos que lutar por uma vida melhor, temos que seguir o conselho dos senhores que gerem o país e recorrer a outros países para sermos alguém na vida. É triste, mas é a realidade do país em que vivemos.
Filipe Nunes

Zuleima Sucre disse...

Neste texto podemos ver refletida a crua realidade, apesar dos mais velhos pensarem que o futuro está nas mãos dos jovens, porque os vêem como os "salvadores de o país em ruína". Os jovens só pensam emigrar para procurar uma melhor qualidade de vida, e, quando a conseguem fora do seu país, simplesmente decidem ficar por lá e não regressam tão cedo. O futuro está em mudar a mentalidade das pessoas, os tempos não são como antes.

Zuleima Sucre

Paulo Pinto disse...

A nossa geração tem uma importante palavra a dizer no futuro da nossa sociedade. É possível emendar erros do passado! Se é verdade que houve uma má gestão dos nossos antecessores, não é menos verdade que o futuro depende das nossas ações no presente.

Diana Camacho disse...

Parabéns pelo texto! São palavras de uma verdade fria e crua do nosso presente e futuro, com a qual temos que lidar diariamente, como referiste, alimentando corruptos com o nosso suor, o nosso ganha-pão enquanto eles “afundam” o nosso país e nos deixam sem aspirações. E triste dizê-lo, mas o nosso governo não guardou nada para nós, jovens, suposto futuro do país. É triste, jovens como nós, com o futuro todo pela frente, verem-se obrigados a abandonar as suas raízes por má gestão dos governantes, é triste não podermos lutar pelos nossos sonhos e objetivos vivendo no nosso próprio país. E, se este é o nosso futuro, o que poderemos oferecer aos nossos filhos?

Ana Bastos disse...

É isso mesmo, subscrevo integralmente! Infelizmente a nossa geração é a “geração à rasca” por culpa dos nossos queridos políticos. Não sei o que vai ser de nós e muito menos dos nossos filhos! Temos realmente o nosso futuro hipotecado… enfim!